quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Distúrbios no aeroporto.

Estava eu no aeroporto, na fila para fazer o check in. À minha frente estava uma família composta por dois casais. Um casal jovem (casa dos 30/40) e um outro casal mais velho (60/68) que eram pais da mulher jovem.

E bem, o responsável do nosso balcão de atendimento, era um senhor de cor. Quando a senhora mais velha apercebe-se que é o senhor de cor quem irá fazer a recolha das malas entrou num estado de estupidez.

Agora, citarei toda a conversa entre esta família.

Mãe estúpida: "Está ali um preto."


Filha estrupicia: "O que mãe?"


Mãe estupida: "É um preto."


Genro ignorante: (ri-se com cara de quem lhe deu um avc)


Pai labrego: "Txeiii vai tocar nas tuas malas oh Paulina" (com um olho fechado dá uma cotovelada ao genro ignorante. Julgo eu, na tentativa de fazer uma piada)


Filha estrupicia: "Ai oh pai...fala baixo."


Silêncio......

(eu no meu lugar, bem atrás desta família de anfíbios, a pensar para mim: "Havia de vos dar um ataque de diarreia no voo")















Filha estrupicia: "Queres te calar já de uma vez? a rapariga que está atrás de nós (eu) é mulata, ou brasileira, sei lá, só sei que te vai ouvir, e se te F****....as beiças é bem feita" (susurra para eu não ouvir.)

O pai labrego olha para trás, olha pra mim, dá meia volta e diz: "Deve ser albanesa"


Mãe estúpida: "Tem tanto cabelo"


Eu: "Sou cigana"


Filha estrupicia: "Desculpe?"


Eu: "Sou cigana, não sou albanesa, não sou mulata nem brasileira."


Mãe estúpida: "Os ciganos andam de avião?"


Eu: "As vacas já falam?"


Mãe estúpida: "Não percebi."


Eu: "Deixe lá."


Filha estrupicia: "Não admito que fale assim com a minha mãe!"

Mãe estúpida: "Deixa lá filha, isto já não se pode sair de casa. É pretos nos aeroportos e ciganos nos aviões. Olhe menina! sabe uma coisa? se eu fosse sua mãe dava-lhe umas nalgadas! E se tudo correr bem, a menina ainda vai se arrepender do que fez"


Eu: "Eu acordei às 6 da manhã, ainda não bebi um café sequer, e já tive que ouvir conversas de ignorantes. Se você fosse a minha mãe eu iria chorar de tristeza. A minha vale muito.  E se tudo correr bem, o seu avião vai cair"


Chega a vez desta bela família entregarem as suas malas. Entregam as malas ao senhor. O senhor sorridente cumprimenta.


Balconista: Bom dia! Cartões de embarque por favor.


Eu: "Se fores boa mãe (a filha estava grávida) vais ensinar o teu filho a ser uma pessoa melhor. Que Deus vos abençoe. Deus é um Deus misericordioso, e ama os tolinhos das terrinhas também."


Foi um comentário irónico, porque esta família notava-se bem que tinham muito dinheiro e que eram famílias de clase alta. Supostamente muito cultos, de parolos de terrinhas não tinham nada.

O caso é que tive um voo horrível, fervendo com uma febre e raiva interior. E por culpa de estas.........pessoas........desejei a morte aos restantes passageiros que não tinham culpa de nada. Aquela mulher, que estava grávida, com certeza irá ter esses discursos em frente dos seus filhos. Os filhos irão à escola e vão desprezar as outras crianças que possuem uma cor ou cultura diferente. Ou seja, é uma bola de neve que não irá acabar nunca.


Poderia ter feito uma denúncia em pleno aeroporto, atrasando o voo de toda a gente que estava naquela fila? Sim podia. Mas não sei, talvez foi pelo facto de eu estar em jejum que o meu primeiro instinto foi repartir chapadas aquela gente.

Não o fiz porque se tratava de uma pessoa idosa e de uma mulher grávida. Não me orgulho de dizer que tenho as minhas crises de violência, mas é a verdade. Quando me tiram fora do sério eu não perco tempo com bla bla bla... é uma sova e prontos.

No entanto, há momentos em que me encontro muito tranquila e faço ver às pessoas que esa maneira de pensar causa transtornos psicológicos irreversíveis às pessoas que os escutam.


Há outros momentos em que estou super defensiva e quero é processar até os vizinhos de estas pessoas.


Logo, claro, há aqueles momentos em que viajo na minha mente e imagino-me a distribuir chapadas como se fossem pães, na cara de estas pessoas. E como tenham o azar de dizerem-me algo fora de tom, é o que vai acontecer.

















Tania.

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