Eu já fiz uma referencia parecida no meu facebook sobre este
tema.
O único objetivo de este post, é única e exclusivamente, para provocar um sorriso a quem o lê.
Quando eu faço referencia a “cigano”, apesar de todos
sabermos que o verdadeiro termo é ROM/A, não levamos a mal. Eu não levo a mal
que me chamem assim, e tenho a certeza que os meus colegas também não.
Quando faço referencia a um paílho/paíto, não é com o
objetivo de desprezar ninguém. Não é uma expressão racista. É apenas uma
palavra do nosso dialeto. É assim que nós chamamos às pessoas que não são
ciganas.
É a mesma coisa que dizer que os que não são latinos, são
gringos. Ou seja, não é por mal. É apenas uma forma de “identificar” pessoas.
Falarei sobre alguns mistérios da comunidade cigana. Mistérios
que nem nós mesmos sabemos explicar a sua origem, nem o sentido da ação, nem
tão pouco o motivo que nos leva a agir/viver assim.
Irei frisar também algumas das diferenças entre os ciganos e
paílhos. Isto é real. E todos que leiam isto saberão que é verdade.
Um cigano nunca tem uma caneta em casa. Isto é verídico. Pode
até ter 20 filhos na escola, não adianta. Quando chegar o momento de apontar
alguma coisa urgente, os ciganos nunca dispõem de uma caneta.
Começam a
discutir, a desarrumar tudo, vasculham todas as gavetas e armários. Não encontra.
E se encontra, será a tal caneta esquecida do fundo da gaveta que não escreve. Ninguém
a põem fora. A pessoa testa a caneta num pedaço de papel ou envelope, não
escreve, discute mais ainda, e voltamos a guardar a caneta para o próximo episódio.
Um paílho já não. Um paílho tem canetas em qualquer canto da
casa, dentro da mala, do bolso do casaco, nas mochilas das crianças. Canetas funcionais
e de todas as cores.
Um paílho tem arame, tem corda, tem pilhas, tem lanternas,
fita cola, caixa de ferramentas, tem tudo. Um cigano não tem nada.
Um cigano fica sem pilhas no comando e é possível que demore
um mês a comprar umas novas. Irá dar pancadinhas no comando, trocar umas pelas
outras, e até estará um tempo a levantar-se do sofá para mudar de canal. Quando a
saturação fala mais alto, lá vamos nós comprar pilhas.
Não temos caixa de
ferramentas. Alguns até podem ter sido pioneiros na família, e ter comprado uma
caixa de ferramentas, mas não demorou muito a que cada peça desaparecesse pouco
a pouco, misteriosamente.
Os ciganos entram todos pela mesma porta do carro. Ninguém dá
a volta para entrar pelo outro lado. Pode
chover torrencialmente, todos irão esperar, em fila indiana, a discutir, para entrar no carro.
Os ciganos nunca tem gel do cabelo ao domingo.
Os ciganos não sabem cozinhar para poucas pessoas. Se fizerem
comer para duas pessoas queimam tudo, ficamos desconcertados e no meio de uma crise existencial.
Estamos habituados a cozinhar em grandes
porpoções. Mesmo que sejam só para 3, 4 pessoas, os ciganos compram comida que
para um paílho dava para 12 pessoas.
Um cigano para ir ao hospital, ou visitar alguém ao
hospital, precisa de ter muito dinheiro. Isto por causa das máquinas de comida
e bebidas. Estamos a caminho do hospital e a fome já toma conta de nós. Não importa
que já tenhamos almoçado/jantado.
Não adianta. Iremos consumir naquelas
máquinas. Nada presta e nós sabemos disso. Mas mesmo assim, gastamos dinheiro
naquele café que derrete o fígado e no tal croissant misto gelado e que está
lá desde novembro .
Um paílho tem fome e come duas bolachas de água e sal. Ou uma
maça verde. E que satisfeitos que ficam. “Ui que cheio que fiquei,que delicia”.....
-.-
Eu se tiver com uma crise de fome, alguém me oferece uma
maça, e a minha reação é tudo menos pacifica.
Um cigano não pode atestar o carro. Só pode por 20 euros de
gasolina no máximo. Se por mais vai se lembrar de viagens longas e sem sentido.
Vai emprestar o carro aos primos e fica sem gasolina num instante. Um paílho
atesta o carro e dura-lhe um mês inteiro.
Os ciganos, quase todos, andamos sempre com um guardanapo
enrrolado na mão. Não sabemos porque.
Nunca sabemos onde está o pente.
Temos sempre uma cenoura no frigorífico. Não é duas, nem três, nem um quilo. É uma só.
Não temos campainha em casa. Quase nenhum tem. E os que tem,
como é algo tão impressionante, faz uma marca no metal, de modo a sinalar os
outros que aquela é a sua campainha.
Quase nenhum tem chave do correio.
Num restaurante, quando os ciganos acabam de comer, fazem
uma dobra à toalha de papel. Porque?... não sabemos. Simplesmente fazemos. E não
importa a nossa nacionalidade. Todos o fazem.
Um paílho come sopa, vitela, salada, batatas, arroz, salada
de frutas, pão, café, e a mesa está intacta. Um cigano come uma torrada e um
compal e as migalhas na mesa é simplesmente inexplicável.
Temos uma obsessão pelos porta guardanapos. Aqueles que normalmente servem nos snacks bar. Que são pequenos e muito fininhos. Esse objeto
desperta algo em nós que provoca uma reação de descontrole. Para beber um pingo
gastamos um inteiro. Na mesa, fazemos uma montanha desses papéis.
No carro, há sempre uma janela/porta que não abre. Até pode
ser um carro a 0 quilómetros. Não importa isso.
Um panado no pão, para nós, é como se fosse comer uma
lagosta. Simplesmente um manjar dos deuses.
Os ciganos pagam fortunas de água. Podemos comparar a uma família de paílhos com o mesmo numero de pessoas. No fim do mês os paílhos vão
pagar 19.80 euros. Os ciganos não pagam menos que 120.
Uma família de ciganos consome cerca de 30/40 pães por dia.
Um paílho se desbulha com uma manifestação.
A casa de um cigano, por muitos líquidos e lixívia que se use, sempre irá cheirar a assados e fritos.
A casa de um paílho, seja da classe social que seja, cheira sempre igual. Não sei explicar bem a que. A móveis do século 17 talvez.
Os paílhos, por muito que tentem, não conseguem imitar o sotaque cigano. Quando tentam fazê-lo, imitam alentejanos e a não ciganos.
Que teimoso é um paílho.
Um cigano nunca tem dinheiro. 1O euros na carteria como muito. Ter temos, mas nunca levamos. É uma coisa rara.
Um paílho tem um porta moedas como moedas de 2 cêntimos. Eu acho que um cigano nunca viu uma moeda dessas.
Os paílhos acham hilariante que os ciganos usem expressões como por exemplo “vaiam” ao invés de “ide”.
Mas não sabem o quanto nos rimos com expressões como “parvo”
“idiota” “palerma” “imbecil” “pascácio”.
Os filhos dos ciganos tem nomes raros. Alguns conseguem ter
nomes que parecem remédios.
Mas na minha opinião, consegue ser mais bonito o nome “Zamara”,
que Laurinda.
Um paílho está desejando ter um filho para chama-lo de
Augusto. Ou Matilde.
Um cigano não sabe arranjar nada. Se algo avaria em casa
fica assim. Ou compra novo. Um paílho com um prego e um martelo faz uma
moradia.